6 de setembro de 2011

Eu não escrevo poesia

Não escrevo poesia porque não gosto do formato, mas tenho meu poeta favorito: o heterônimo Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa. E um dos meus versos favoritos dele são:

Pensar incomoda como andar à chuva 
Quando o vento cresce e parece que chove mais. 

Não tenho ambições nem desejos  
Ser poeta não é uma ambição minha  
É a minha maneira de estar sozinho.  


Atualmente, gosto de escrever prosa de forma poética. Um texto com palavras meticulosamente escolhidas para gerar o efeito poético. Uso as palavras para revelar um pouco do que eu sinto e a fotografia para registrar as coisas que me impressionam de alguma forma. E o resultado são as fotografias de palavras ou a poesia visual, como a confiança quebrada nessa xícara.



5 de setembro de 2011

Se eu pudesse mudar uma coisa no meu passado

Eu não costumo me arrepender de nada do que eu faço ou deixo de fazer. No entanto, sempre que eu me lembro de ter jogado no lixo um livro que escrevi aos 12 anos, sinto que o ar passa com mais dificuldade pela minha garganta.
E ainda tenho esperança de que me apareça um catador de lixo que tenha encontrado esse livro e queira algum resgate. E um certo receio de entrar numa livraria e encontrar o livro publicado por outro autor. Ia ser um ciúme e ao mesmo um tempo uma alegria saber que a idéia do livro não se perdeu.
Esse livro era sobre uma bolinha de sabão que vira gente. Curiosamente, eu não consigo mais me lembrar do nome da personagem principal.  Também não lembro nada da história. Imagine, escrevi em 1994, quase duas décadas atrás. Usei as folhas de sulfite dobradas ao meio em uma máquina de escrever compacta do meu pai. Cada folha de sulfite virava quatro páginas do livro. Devo ter feito umas 24 páginas. Eu datilografava cerca de 10 linhas por página e os 2/3 restantes eram detalhadamente ilustrados. Lembro que quando conclui o livro, fiquei muitíssimo satisfeita com o rumo que havia dado para a história, mas fazer as ilustrações exigiu muito mais da minha criatividade. E delas, eu lembro me bem. Lembro que desenhava na frente e no verso da folha de sulfite. Lembro que havia uma caverna que era um papel preto por fora e quando levantava o papel preto aparecia um mundo novo para a personagem. E toda a história era baseada em eventos na caverna, ou seja, desenhei a caverna e alguns mundos várias vezes. Também lembro da capa vermelha com as letras coloridas que fiz com creative paper!
Por volta dos meus 15 anos,  desenvolvi o costume de analisar tudo o que eu tinha guardado e me desfazer daquilo que não me era mais útil. E uma menina de 15 anos considera o trabalho de uma menina de 12 anos uma legítima criancice. E assim, a inconsequente Sarah de 15 anos jogou fora o livro que a Sarah de quase 30 ainda se lamenta.
E como esse erro nunca mais poderá ser editado, eu sei que preciso esquece-lo para sempre. Mas por que ele insiste em voltar aos meus pensamentos? A história está totalmente perdida. Se eu pudesse me reencontrar com as outras Sarahs que eu já fui para negociar melhor os passos que vamos dar antes de me arrepender... Se reinventar é muito bom e as vezes é até necessário, mas eu tenho a sensação de que sou só um conjunto de destroços de outras Sarahs precisando se reconstruir, sem aquele brilho fantástico de novidade.
Sei que tenho que tentar reescrever esse livro.
E sim, continuo jogando coisas fora frequentemente.






3 de setembro de 2011

Atualizar é preciso!

Como escritora, a melhor novidade que tenho para compartilhar com meus leitores é a décima primeira edição do Adolescente de A a Z. Ele foi publicado pela primeira vez em dezembro de 1998. Nesses quase 13 anos foram 11 reimpressões. Não pensei que ultrapassaria uma década com esse livro, só tenho agradecer aos mais de 25 mil leitores por tudo isso. Obrigada,vocês não sabem como eu fico feliz a cada reimpressão do livro!